Todos nós, seres humanos, fomos criados com a incrível capacidade de sermos originais e únicos. Se existe algo impossível nesse mundo é surgirem duas pessoas exatamente iguais, com as mesmas características, com as mesmas qualidades e defeitos, com o mesmo semblante e mesma aparência física.
Entretanto, na inversão de valores que vivemos na sociedade atual, ser original significa fazer tudo aquilo que é moda e que a grande maioria está fazendo. As pessoas trabalham arduamente para sustentar seus vícios, considerando o trabalho um pesado fardo a ser carregado eternamente morro acima. Posteriormente, utilizam seus salários para comprar roupas maravilhosas, que no fim das contas todo mundo está usando. Comem exatamente o mesmo arroz e feijão que está presente na maioria dos lares, assistem as mesmas novelas, consomem as mesmas notícias. Os mais jovens naturalmente adoram baladinhas onde podem sair de si mesmo por meio de bebidas alcoólicas ou drogas e beijar muitas bocas sem o menoR sabor e sem o menor sentido. Os mais velhos fazem quase o mesmo, mas preferem os bailes. O salário nunca dura o mês todo, sempre se fala muito mal das segundas-feiras como se somente os fins de semana tivessem vida exatamente. Sonham, sem o menor planejamento, que um dia a mega-sena irá mudar para sempre suas histórias, e deixarão de sofrer. Estão muito mais preocupados com o fim da novela ou com o noticiário do que com sues entes mais próximos, que por vezes estão precisando de sua palavra ou de seu silêncio. Assistem reality shows para saber da vida de outras pessoas, mas não conseguem dominar a sua própria. Apontam o dedo para outras pessoas para acusar tudo o que elas estariam fazendo de certo ou de errado, como se existisse o certo e o errado que que cada um fosse dono da razão e um ser superior aos demais. Acreditam que o mundo é injusto demais por não nos dar todas as nossas vontades. Não estão nem aí com os sentimentos e não se preocupam com o próximo. Sabem das tragéidas que ocorrem mundo afora, mas sempre acham que é o outro, que isso nunca lhe atingirá e que ocorrem por culpa do Governo ou da irresponsabilidade dos outros, esquecendo que moramos todos na mesma casa. Trocam ofensas e brigas sempre que os egos estão acima do bem e do mal, e nem se dão conta de que as pessoas no fim das contas estão em busca da mesma coisa: sobreviver, porém cada um da sua maneira. Não querem compreender ou ajudar o outro ser humano por considerá-lo um ignorante, já que chegou até ali por conta própria. Criam realidades ilusórias sobre si mesmo para mostrarem que possuem uma vida plena e perfeita, e jamais movem-se da mediocridade. Não sabem sequer entoar o hino de sua nação, mas sabem as letras de música que mais tocam nas paradas. Invejam as pessoas que tem dinheiro. Consideram o dinheiro a substância universal, responsável por todas as felicidades que a vida pode oferecer. Saem do mar quando começa a chover por que tem medo de se molhar. Preferem se relacionar com pessoas esteticamente belas do que com as inteligentes. Aliás, pensar e estudar é coisa de gente chata e careta, é melor falar de coisas interessantes com pessoas bonitas. Jamais riem alto em um restaurante, jamais cantam em um ônibus lotado, jamais fogem de suas rotinas tradicionais para não perderem tempo. Para que mudar, não é mesmo? Deve-se preocupar-se mais com a reputação que com a consciência, mais com o dinheiro que com o amor verdadeiro, até por que isso todo mundo tem que fazer. E quem seria louco de não ser assim?
Lamentavelmente a grandiosa maioria da sociedade está seguindo a mesma linha. Chegamos a esse ponto justamente por jamais termos sido livres na história da humanidade, e essa foi a forma encontrada para sermos dominados em um momento da história da humanidade em que as religiões e as guerras já não possuem esse efeito. A perfeição com a qual se conduz essa sociedade doente e psicopata é tamanha que quem está ás margens dessa loucura chamada normalidade está sujeito á discriminação pelo resto de sua vida. Ironizam e criticam arduamente quem é diferente de tudo isso, como se
dessa forma pudessem enfim mostrar para esses "pobres coitados" como são
felizes. Fazem-nos acreditar que nós, os anormais, somos infelizes, mostram-nos o tempo todo "vitórias" e "felicidades" ilusórias e medícores, mostram que estamos fora de uma realidade colorida e maravilhosa, e nos fazem sentir que estamos em um fosso onde não existem cores nem brilho, onde devemos nos sujeitar às ironias e á maldade de quem é "superior" a nós.
Pela minha criação e por tudo o que passei na infância e na adolescência, especialmente por características familiares, jamais pude ter uma vida normal, Desde os tempos de escola eu era um menino tímido e franzino que tirava as melhores notas mas que quase não tinha amigos. Passava os recreios vendo os colegas a brincar tão felizes enquanto não entendia por qual motivo era diferente e não estava ALI no meio de todo mundo, por qual razão estava em um mundo tão a parte. Via manifestações negativas de todos os lados, e somente as professoras gostavam de mim. Não tinha contato com ninguém da minha idade, e sempre tive regras rígidas e muitas proibições em casa, alem de ter que presenciar constantes brigas e problemas com alcoolismo. Não pude ser criança ou adolescente um único dia da minha vida. Naturalmente a tendência foi desenvolver uma depressão surda e muda, curada por mim mesmo. Por muito pouco não tirei a própria vida, e talvez no momento de maior desespero da minha vida encontrei a minha salvação: faça o bem a quem estiver ao seu redor. Ora, isso parecia tão sem sentido, mas afinal eu não tinha mais nada a perder na minha vida. Decidi nesse primeiro momento sorrir. Decidi não chegar em casa resmungando ou cabisbaixo, preferi brincar com as crianças. Preferi me permitir a fazer coisas que nunca tinha feito antes, o que é melhor, me permiti ser uma pessoa melhor para todo mundo. Por um dia deixei de ser uma garoto rebelde e consegui conversar com meus pais, por um dia eu consegui me aproximar de tantas outras pessoas e começar a conviver com elas. Foi o início de uma nova era, traça pelo amor ao próximo e acima de tudo pela liberdade. Comecei e ver quantos benefícios eu tinha, tais como a gentileza no trato com as pessoas, inteligência, confiança e outros. De repente enxerguei que o mundo estava carente e vazio, e que na verdade eu tinha muito dentro de mim e estava guardando justamente por acreditar que de nada valia aquilo. Muitas pessoas passaram pela minha vida desde então e eu deixei um pedaço de mim em cada uma delas, e hoje me considero muito feliz e realizado.
Descobri que tinha assumido minha loucura, e a partir dela extrair bons frutos. Descobri quanto tempo eu havia perdido na vida pela baixa estima, e passei a considerar que todos os dias valem a pena, que podemos ir muito além e que temos poderes incríveis, inclusive para sermos autores de nossa história em lugar de sermos vítima de nossos problemas. Descobri que todos os dias tudo se renova, que tudo vale a pena que às 00:00 temos a oportunidade de zerar tudo e fazer tudo de novo. Descobri que podemos ser adventores da paz e do amor, basta querermos. Descobri que a juventude é um estado de espírito. Descobri que todos os seres humanos possuem sua grande história de vida, mas que a maioria delas está obscurecida em meio a uma realidade marcada tão somente pela falsidade e mediocridade. Descobri que tenho muito a fazer pela vida de muitos alguéns, e que acima de tudo o mais importante da vida é viver a sua felicidade, viver a sua liberdade preocupando-se somente com a consciência. Jamais agradaremos a todos e jamais seremos donos da verdade, mas tampouco somos seres imprestáveis. Jamais estaremos certos, o que não quer dizer que sejamos errados. Devemos valorizar a NOSSA realidade, e canalizar todas as insatisfações de modo que elas se transformem em motivação para superá-las.
Devemos abraçar nossa loucura. Minha loucura é diferente de todas as loucuras, e ela me encanta e me fascina, talvez somente a mim e a mais ninguém. Permita a você mesmo ser livre e deixe de perder tempo em sua vida. A liberdade para você pode ser qualquer coisa, desde um banho de chuva até uma música que você canta e dança inconscientemente, mas o importante é ser livre e aprender a amar a si mesmo Mas após abraçar de vez sua loucura, jamais permita que chamem você de INFELIZ, pois o conceito de FELICIDADE está muito além daquele ditado por essa sociedade que está mergulhada em uma loucura muito maior chamada normalidade. E se eu pudesse ter a oportunidade de ser normal, a negaria terminantemente...
Postei esse comentário em resposta ao seu no meu blog, mas aí vai de novo... Antes,porém, gostaria de dizer q o texto está PERFEITO, vc,muitas vezes, consegue articular os pensamentos q tenho e ñ consigo expressar!!
ResponderExcluirChico, observei que as pessoas "esquisitas" são as mais interessantes e geralmente aquelas que tem mais a nos oferecer em sentido de conteúdo, como aquele velho ditado "quem vê cara, não vê coração". Pessoas tímidas, singelas, imersas em seu (rico) mundo interior são aquelas dadas a maiores reflexões e, possivelmente, as que tem variados prismas sobre vários assuntos. Acho que muita gente olha para mim e não dá nada, assim como para você. Mas, basta ler uma pequena percentagem do que nós pensamos, expostas em nossos blogs, que as pessoas percebem o quão interessantes nós somos! O pior de tudo é que, sim, sofremos imenso preconceito. A sociedade condena tudo o que for diferente. Tenta explicar o inexplicável (já me chamaram de superdotada, de índigo e até de psicopata). Sou é muito firme nos meus sentimentos e fiel A MIM MESMA. Não vou mudar enquanto achar que é certo. Faça isso também!
Antigamente eu pensava em mudar á todo custo, odiava o fato de ser como sou, mas hoje em dia não abro mais mão disso de jeito nenhum, muito antes pelo contrário! Consigo ser fiel e mim mesmo.
ResponderExcluirO mais fabuloso é que conheci nessa trajetória muitas pessoas "esquisitas" como você e vários outros, e considero isso fantástico, pois temos aí reservas de conhecimento e boas atitudes que podem fazer a diferença!!! Felizmente há quem enxergue muito além do que os olhos vêem.
Sobre os preconceitos, acontecia a mesa coisa comigo, a começando pelo meu pai e passando pelos diversos parentes e colegas de escola. Ainda hoje tem quem ache que eu sou gay por que não tenho namorada, que sou doente da cabeça por ser tão estranho, e muitos me tratam com dó, como se eu fosse um pobre coitado. Mas eu não me encolho mais diante disso, e ainda uso ao meu favor. É melhor supreender as pessoas com a paciência e a tolerãncia, e fazer a diferença no momento certo!
Muito obrigado pelo elogio, apesar de eu considerar o texto ainda muito vago diante de tudo o que tenho na cabeça e às vezes consigo ver traduzido somente em textos alheios (como os seus, por exemplo)!!
bjão, Kelly!!
Brigadão pelo elogio
NOSSA VC DISSE TUDO Q EU PENSO ADOREI SEU TEXTO, DEVEMOS DAR LIBERDADE A NOSSA CONSCIENCIA@
ResponderExcluirObrigado pelo elogio, que bom que se identificou! Apareça mais vezes por aqui e, é claro, identifique-se.
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