sábado, 9 de julho de 2011

Confiança: o braço direito do amor

Francisco, tenho que te contar algumas novidades sobre minha vida. Estou muito feliz, mas sei que a única pessoa que realmente ficaria contente em saber da minha felicidade seria você. Mesmo minha melhor amiga sentiria ciúmes nesse momento quando eu contasse o que tem acontecido, a vida dela está complicada e ela ficaria com algum sentimento muito desagradável. Eu eu tenho muita vontade de compartilhar isso sem que ninguém fique mal com isso ou desejando meu insucesso. Quase todas as pessoas querem nos ver mal unicamente para que a inveja não as corroa. 
 

Ao ouvir o relato acima de uma colega de trabalho, fiquei imensamente feliz em ver reconhecida minha capacidade de se desprender do meu ego e saber compartilhar com o próximo todo tipo de momentos, sejam eles alegres ou tristes, além de conseguir conquistar a confiança de tal forma a carregar comigo verdadeiros tesouros de cada um que abriu seu coração. Mas me entristeço com o tamanho da mesquinhez humana. Não sei de onde surgiu algo tão nocivo quanto a inveja. Certamente está ligada ao ego inflado, ao desejo de ser superior aos outros seres humanos em todos os aspectos e não suportar ver o sorriso nos lábios do próximo. Age-se de tal maneira que acaba-se por desejar imensamente que a felicidade do próximo não dure  por muito tempo, e tem pessoas que são capazes de armar golpes para fazer isso com as próprias mãos.

Cada vez mais pessoas estão deixando seus egos ficarem inflados, e o resultado é que cada um está prendendo sua própria vida dentro de si mesmo, pois qualquer demonstração de sentimento no mundo atual, além de ser ridicularizada, atrai esse inescrupuloso pecado capital. E a confiança no próximo está morrendo. Todos desconfiam de todos e de tudo, parece que a competição de egos necessita ser retroalimentada com a ausência de demonstração de sentimentos, com a idiota medição entre os bens materiais e a beleza exterior que cada um carrega, entre outros. Mas, há sim sentimentos dentro de cada um que são engolidos, e se torna complicado aceitar que alguém seja feliz. O próprio autor desse post sofre com isso, pois adotou uma maneira tão simples de encarar a vida e é tão feliz sem desfrutar de nenhum dos lugares-comuns sociais (sem "namorada", sem futebol, sem bebidas alcoólicas). Isso gera até raiva.

Os egos estão numa competição constante. Os critérios utilizados para ver quem está melhor e quem está pior que o outro passam todos, sem exceção, pelo crivo do capitalismo. E se alguém consegue fugir disso e ter uma vida tranquila, até se perguntam por que aquela pessoa consegue, mesmo sem seguir as regras sociais.

Cheguei á conclusão de que é uma grande infelicidade colocar a nós mesmo nessa luta social entre os egos. É tão maravilhoso estar distante disso tudo. Sensibilizar-se com os sentimentos de alguém, compartilhar nossa vida com pessoas de confiança, vive de modo alternativo. Apostar na confiança é investir pesado no amor, não deixa de ser a confiança um braço direito da essência maior do Universo. Para confiar em alguém ou conquistar a confiança das pessoas, é preciso acima de tudo se desvincilhar de seu próprio ego. E o amor só acontece dessa forma, justamente. A confiança é uma forma de levar um pedacinho de uma pessoa conosco e deixar um pedacinho dela em nós, e tem a chave da felicidade consigo. E somente consegue conquistar a confiança das pessoas quem sabe confiar nelas. Obviamente, não devemos desperdiçar energia com quem ás vezes está torcendo para nosso mal, mas cabe a cada um de nós quebrar o vicioso ciclo do egoísmo e da inveja, pois o mundo seria muito mais amigável se não contasse com isso. Me envergonho de conviver numa sociedade egoísta e invejosa, mas faço minha parte. E não, jamais devemos impedir a nós mesmos de estar felizes e de mostrar isso para o mundo, proteger nossas coisas dos olhos invejosos já é uma forma de acreditar na inveja e de duvidar de si mesmo. Podemos muito bem dividir as tristezas até quase zerá-las, e multiplicar as alegrias da mesma forma. Saibamos nos desvincilhar da máscara do ego carregada todos os dias e tenhamos a certeza de que o que realmente vale na vida não é o que temos, mas o que somos. Não temos como competir entre os egos, não existem critérios legítimos legais para classificar as pessoas em melhores e piores, elas são diferentes e todas carregam seu devido valor. É tão inútil ficar a vida inteira tentando ser melhores que os outros, mas essa luta infelizmente é cega, e muitos somente perceberão isso no seu leito de morte.Faça sua parte.

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