domingo, 24 de abril de 2011

Desespero: como combatê-lo?

Agora entendo o que se passa na cabeça de um suicida. O desespero vem quando suas habilidades e seus talentos são totalmente distintos dos padrões sociais, quando seu comportamento e suas atitudes, mesmo sendo as mais puras e éticas possíveis, não são bem vistas por quem está ao seu redor, quando mesmo as pessoas que deram a vida a você o fazem sofrer demais, sejam pelos seus impropérios e maus tratos, seja pela sua indiferença diante de nós.

E onde encontrar a esperança, se todas as famílias passam por problemas? Ok, são problemas distintos, mas ainda assim, problemas... Como acreditar numa vida melhor quando se tem idéia de que o dinheiro não traz felicidade, embora tanta gente acredite nisso? O que fazer quando se sabe que mesmo quem tem dinheiro pode comprar todos os bens materiais mas não podem comprar o amor? Lutar em que sentido quando se percebe que mesmo os menores movimentos que fizemos causarão impacto negativo de alguma forma em alguém? Como continuar vivendo nesse mundo maluco, se não há absolutamente nenhum lugar para onde fugir? Se a população da América do Norte sofre com a obesidade e com a futilidade, se a América Central e do Sul tem problemas sérios relacionados com a desigualdade social e com a promiscuidade, se a África tem uma cultura terrível de submissão e de guerra, se os europeus são frios e xenófobos, se os asiáticos comem cachorro, enfrentam, terremotos e maremotos e trabalham demais, se a Oceania está dominada pelo capitalismo e os demais lugares são inóspitos? Como dar sentido a vida vivendo inserido numa sociedade cuja população inteira sobrevive sem sentido algum? Como se motivar a seguir em frente, se a cada solução de um problema teremos um novo problema? Como querer conquistar algo se as conquistas terrenas são tão vazias? Como se motivar a descobrir a infinitude do Universo se ninguém crê naquilo que não vê, se ninguém dá bola para os sentimentos e alem de tudo irão tratar você como louco? De que jeito ser feliz, se as pessoas estarão ao seu redor somente se aparentares que está bem, que está indiferente a tudo na vida? Como dormir em paz sabendo que tanta gente passa fome e tanta gente come demais ou joga comida fora, ou ao saber que muita gente precisa morrer pra sustentar o valioso mercado de armas, ou então saber que mesmo a pessoa e quem mais confia irá trair sua confiança e propositadamente lhe fará algum mal para garantir alguma posição própria? E como agir se há um sistema todo planejado para que as pessoas se tornem ainda mais egoístas, mais consumistas, mais fúteis e mais ignorantes? Como conseguir respeito quando não conseguimos sequer seguir os padrões de beleza pré-estipulados? Ou melhor, quando não queremos seguir esses padrões...O que fazer quando se é tão teimoso a ponto de não saber enganar a si mesmo, a não saber ser indiferente diante do que ocorre ao redor e a não se sujeitar a ser um sujeito normal, desses que vive de acordo com as regras capitalistas, que consegue ser indiferente e pensar somente em si, que se contenta tão somente com a futilidade que lhe é oferecida? Não seria tão mais fácil? Quantas vezes já se lutou para "chegar nesse nível" a fim de fugir de todo o sofrimento e se descobriu que ali não havia espaço para nós, e que nosso espaço não está nesse mundo? O por que sermos tão diferentes e tão sensíveis??

Bom, para esta última pergunta há uma grandiosa e simples resposta. Estamos aqui para mudar a situação vigente. Se conseguirmos todos os dias motivar e salvar ao menos uma pessoa da miséria, estaremos cumprindo bem nosso papel. Leia-se a miséria como a falta de sensibilidade, a miséria espiritual. Somente o amor como principal elemento existente é capaz de provocar as mudanças. Portanto, é necessário agir sempre. Se não nos encaixamos nos padrões, que se danem os padrões. Não tenhamos vergonha de sermos nós mesmo e assumir a postura anormal que o mundo talvez não espere, mas NECESSITE de nós. Superemos a depressão com a certeza de que temos um incrível poder de transformar, e devemos começar a transformação por nós mesmos, aprendendo a amar nossa pessoa e nosso jeito de ser, e sem seguida espalhando esse amor para todos os lados, a começar da própria casa, as mudanças passam a ser instantâneas, e o que motivará cada um de seus dias é saber que poderá terminá-lo com a certeza de que contribui para o bem maior do próximo, mesmo que a si mesmo não tenha conquistado bem algum...é somente quando sabemos o quão significativa pode ser nossa ação que nos motivamos a seguir em frente...por isso, é necessário libertar-se para agir, e fazer acontecer tudo aquilo que desejamos ver...

3 comentários:

  1. Post muito expressivo. Parabéns primo!

    Eis aí uma coisa que acredito "Estamos aqui para mudar a situação vigente." Porém o caminho é árduo e longo.. Há muitas coisas querendo nos desviar dele. Sejamos fortes!

    "Nós perdemos três quartos de nós mesmos, a fim de ser como as outras pessoas." (Arthur Schopenhauer)

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  2. Falaste tudo, prima....temos uma missão muito árdua, e no caminho são vários os obstáculos e as situação que nos fazem simplesmente querer ser pessoas comuns e fúteis...mas eu não desisiti, e dificilmente escolheria ser diferente. O negócio é manter a força.

    Adorei que viestes comentar no meu blog, fiquei bem contente, pois é minha principal leitora mas nunca deixava marcas por aqui...rsrsrs

    bjão

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  3. Pois é, viver também cansa e é nessas horas que o cansaço que a gente sente pode nos transformar rapidamente "num deles"..
    É preciso muita coragem pra continuar na estrada..

    Já havia comentado alguns posts teus sim, mas fazia tempo que não deixava uma marca por aqui, farei isso com mais freqüência.

    Beijão primo, até logo =)

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