segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Intolerância - o mal do século

Muitas vezes já pensamos: "Que bom seria se as pessoas pensassem como nós, ou se ao menos nos compreendessem". Muitas vezes entramos em litígio com outro ser humano justamente pelo choque de egos, onde um não consegue compreender e aceitar o outro, sem entender que na verdade todos queremos chegar ao mesmo lugar.

Arrisco dizer que 80% dos males da humanidade atualmente decorrem da intolerância. Não toleramos idéias diferentes, não toleramos pessoas diferentes, não toleramos mudanças no rumo da nossa existência. Além disso, buscamos a todo custo fazer prevalecer a NOSSA verdade, sem saber que VERDADE ABSOLUTA não existe. Queremos nos fazer perfeitamente compreendidos sem compreender todo mundo (nem a nós mesmos nós compreendemos). Julgamos e apontamos o dedo a todo tipo de erro que um ser humano possa cometer, bem como seus desvios de caráter, sem saber que todos os dias assistimos passivamente o mundo dar mais uma volta sem agir para melhorá-lo, ou então agimos ativamente para prejudicar outra pessoa e fazer do dia-a-dia uma competição eterna. E a competição eterna não é somente ideológica, mas está muito ligada ao status, e nessa disputa podemos incluir também os bens materiais... Acreditamos sempre que o problema está sempre no outro, inclusive grandes males da humanidade como a fome e a miséria. Esquecemos que somos moradores da mesma casa chamada Terra. É muito mais fácil esconder-se por trás da intolerância e querer puramente que o mundo gire a nosso favor, atacando a tudo e a todos que estiverem contra nossos princípios. Os maiores fanáticos da face da Terra pensavam assim e foram ainda mais além. Milhões de pessoas deixaram esse plano puramente por intolerância. 
A tendência atual é a de sermos intolerantes por natureza. Cada vez que conversamos e convivemos com outra pessoa, automaticamente identificamos os defeitos dela e os pontos que não nos agradam. Muitos de nossos amigos somente o são por trazerem consigo um pouco de nós mesmos - e essa é a realidade. Os defeitos de uma pessoa estão acima de todas as qualidades que ela possa ter, e é isso que determina seu estereótipo nesse momento. Não sabemos identificar e reconhecer as qualidades de cada ser humano nem tampouco aceitar os defeitos que ela possui. É mais fácil achar que nosso umbigo é o centro do Universo, e que errados estão os outros por não serem como nós somos.
Devemos fugir desse lugar comum a todo o custo. Devemos suportar os defeitos de todas as pessoas, e aguentar na carne todas as feridas que elas possam por ventura nos causar, pois do contrário deixamos de obter todos os benefícios e aprendizado que aquele ser humano pode nos trazer. Todos nós somos seres únicos e insubstituíveis, temos muito a dar ao mundo e a compartilhar para as outras pessoas. Saibamos aceitar todas as diferenças e a reclamar cada vez menos da vida e das pessoas que estão ao nosso redor. É somente assim que se torna possível ter uma vida melhor e acreditar num mundo mais humano - tolerando todas as diferenças e valorizando as qualidades insubstituíveis de cada um. Temos todos (sem exceção) uma estrela que brilha incessantemente dentro de nós. Façamos ela iluminar os caminhos de muitas pessoas sem ofuscar o brilho da estrela de cada um e deixando-se ser iluminado pela luz de todos.

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Grande texto, Chico.
    Mas eu iria mais longe em afimar que nós não sabemos na verdade o que são defeitos e o que são virtudes.
    Nós apenas apontamos o dedo para aquele que é diferente de nós. Como se para ser bom tivesse de ser igual.
    Também vejo a intolerância como o maior mal. Acho que ninguém possui o direito de julgar ou de se achar superior por ser branco, preto, amarelo, vermelho, heterossexual, católico ou evangélico.
    Cada ser é um e é diferente e é isso que torna o mundo tão encantador.
    Em breve (leia-se quando eu tiver tempo)pretendo escrever mais sobre isso. rsrsrs

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  3. Realmente esse assunto dá muito pano pra manga...é preciso pensar nessa questão dos defeitos e das virtudes, dos lugares-comuns, das diferenças...enfim. Quando vc for escrever certamente terá muito assunto..quando vc postar, certamente passarei para dar uma olhadinha...

    Bjão Sol, obrigado pela leitura e pelo comentário.

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