domingo, 29 de abril de 2012

O desperdício da existência - Parte II

Com o tempo, o ser humano se acostumou a ver a sua própria existência como algo banal e trivial, sem considerar os fantásticos fenômenos que ocorrem consigo mesmo e ao seu redor para manterem essa existência. Não apreciamos nossos sentidos nem nossos sentimentos, não apreciamos o sol nem a chuva, não apreciamos as flores nem as árvores. Não apreciamos a música nem a dança, não apreciamos o choro nem o riso, nem a alegria nem a tristeza, nem o abraço e nem o beijo. Não sabemos sofrer nem vibrar por alguém, não nos entregamos por inteiro em nenhuma relação, e passamos dia após dia com roteiros e metas prontas e automáticas e com felicidades artificiais e triviais, sofrendo e lutando para no futuro contar com uma riqueza artificial e material que, no fim das contas, jamais se comparará com nada do que já temos em nossas vidas. Tudo o que é comprável é barato, mas temos coisas insubstituíveis em nossas vidas que nos fariam muita falta. Temos um corpo saudável, uma mente maravilhosa, temos família, alimento, casa, amigos e pessoas que realmente amamos. Temos o privilégio de reiniciar todos os dias, e de descansar em uma cama. Podemos respirar com liberdade, temos a luz do sol e água em abundância. Podemos contar com os confortos do frio e do calor. A chuva e o nascer do sol são um espetáculo a parte, e gratuitos. Crianças sorrindo, bichanos brincando, pássaros cantando. Mesmo o silêncio é agradável, bem como as dores e as tristezas são privilégios únicos de quem está vivo.
Por isso, antes de levantar mau-humorado para mais uma segunda-feira, tome o cuidado de apreciar a riqueza que sua vida lhe oferece todos os dias. Acostume seu olhar a ver melhor cada detalhe que faz parte de sua vida, pois aquela simples árvore na frente da sua casa tem muita vida, aquela roupa que você gosta teve um trajeto para chegar até você, aquele pássaro não está em sua janela por acaso e aquela pessoa que você vê no ônibus todos os dias mas nunca cumprimentou tem uma riquíssima história de vida, assim como cada detalhe dessa maravilhosa existência. Sua única obrigação é ser grato todos os dias por fazer parte de tudo isso, e sendo assim de nada custa tentar sorrir todos os dias. Afinal, Deus deu pra você quase tudo o que precisava, e aquilo que não deu pronto, deu em forma de capacidade para que você mesmo providencie. Faça tudo o que estiver ao seu alcance, e se necessário for,  abra mão de tudo em nome da felicidade.

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