quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

As emoções, e como lidar com elas


Uma criança sofre uma queda e o pai, por interpretar como uma fuga das tarefas, vem e lhe surra.

Uma pessoa está completamente desesperada por ter perdido a namorada, decide matar a ex e matar-se.

O vizinho, torcedor fanático do Grêmio, não suporta ver seu time perder o campeonato, e sua tristeza, misturada ao efeito das bebidas, faz com que se enforque e cometa suicídio.

Um rapaz ficou tão contente com a compra da nova moto que foi para o litoral. A euforia durou pouco, lamentavelmente acidentou-se e morreu.

TODOS os ocorridos acima citados são corriqueiros e de nosso diário conhecimento, e possuem a mesma ligação: são pessoas que deixam suas emoções tomares total controle de seus atos, sem ter mais responsabilidade por eles.

É fato conhecido que o ser humano jamais conseguiu e nem conseguirá impedir, impelir, programar ou controlar um sentimento. Ele simplesmente existe e se manifesta, seja nas horas de alegria, dúvida ou tristeza. Mas será mesmo que não temos nenhum controle sobre eles?

Arrisco dizer que é impossível segurar um sentimento, mas as consequências que eles causam em nós, essas sim precisam ser melhor trabalhadas. De uma forma ou de outra, manifestaremos o que está no nosso coração, mas temos racional opção de escolha quanto à maneira de fazê-lo. Escondendo-se por trás da máscara de que os sentimentos são incontroláveis, muitas pessoas em seus momentos de cólera, raiva, tristeza profunda ou mesmo alegria e euforia tomam atitudes e ações que por vezes são irremediáveis, podem causar alguns danos e machucados cíclicos que certamente não irão se curar tão cedo. Mesmo quando uma pessoa decide aguentar no osso, vai acabar se manifestando por meio de uma mazela física. 

O "forte" é aquele que consegue canalizar todos os sentimentos que surgem de uma hora para outra de tal forma que vá trazer benefícios e aprendizados. Acredito que temos esse poder de discernir e definir exatamente quando e como iremos liberar nossa carga emocional, por mais que tenhamos raiva ou depressão. Muitos suicidas teriam pensado melhor antes de cometer o crime, muitos pais refrescariam a cabeça antes de sair espancando seus filhos, muitas mortes banais seriam evitadas e diversos constrangimentos são evitados. Aqui não entra a questão de que devemos passar todos os sentimentos pelo crivo da razão, mas devemos utilizar nosso belíssimo potencial para controlar as consequências dos nossos atos, pois somos eternamente responsáveis por aquilo que fazemos. Basta ter um pouco de boa vontade, o mundo certamente se tornaria um lugar muito mais bonito e pacífico de se viver. As amizades seriam mais duradouras, os romances não se desfariam por qualquer besteira, e todas as relações sejam mais harmoniosas. Parece utópico, mas quando uma só pessoa consegue ao menos ter iniciativa para semelhante atitude, já consegue quebrar um enorme ciclo e fazer a diferença para tantas outras. 

As emoções são um pedacinho do nosso ego. Fazer com que simplesmente se soltem pelo mundo sem medir nenhuma consequência, por sua vez, é um tremendo ato de egoísmo. Os sentimentos e emoções dizem respeito somente a nós, nossas expectativas, nossas dores, nossa visão de realidade, e são incontestáveis. Devemos ter o mínimo suficiente de controle sobre determinados sentimentos para que eles representem o bem, mesmo quando forem os piores sentimentos. A missão é difícil, mas a tentativa por si só já é de muito valor...

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