sábado, 26 de fevereiro de 2011

Nunca desperdice as pessoas

Não há como negar: somos animais essencialmente sociáveis. Nada conseguimos realizar sem o trabalho ou auxílio de outras pessoas. Parando para pensar, quantas pessoas estiveram presentes no processo completo para montar um computador, por exemplo? O próprio fenômeno da multiplicação humana possui a condição de necessitar de duas pessoas para que aconteça. Enfim, nossa vida toda somente possui sentido pelo fato de haverem outras seis bilhões de pessoas à volta, pois do contrário estaríamos fazendo o que aqui.?Eu não escreveria esse texto se ninguém o lesse...e tudo o que fizemos na vida (tudo MESMO) é feito esperando uma resposta imediata do grande globo social. É por isso que nos preocupamos em estar bem vestidos, não fazer cocô na rua e outros...

Mas é bem notável que cada ser humano possui suas características, seu estilo de vida, enfim. Cada indivíduo é único. Teremos nossas afinidades e nossas repugnâncias diante de todos os tipos de pessoas. Porém, não devemos nos fechar dentro de nós mesmos achando que somos o máximo. Todos tem suas próprias razões para serem como são, possuem suas tristezas e alegrias, seus pontos fortes e seus pontos fracos, e ninguém merece julgamentos por isso. Quando nos fechamos ao contato com seres diferentes de nós, cometemos um insensível ato de egoísmo, visto que não estamos compartilhando a luz natural que todos temos dentro de nós, e não estamos deixando essa luz ser renovada por outras pessoas, que certamente tem muito a nos ensinar. Com isso, nossa luz corre grande risco de se apagar. Nossa missão é justamente compartilhar essa grande luz, e o amor é a ferramenta a ser usada para isso. 

É bem verdade que, num mundo onde há muito tempo os valores estão invertidos, está cada vez mais complicado envolver-se com os demais seres sem que haja aí conflitos ou buscas por interesses. As pessoas parecem prontas para nos machucar e defender acima de tudo as suas posições. Vivemos numa era em que o umbigo deve ser sempre o centro do Universo, onde cada um é por si e Deus está muito distante...Porém, o maior erro de qualquer um é seguir esse ritmo e tornar-se também um ser egoísta, afastando-se das outras pessoas e julgando as, acreditando que vivem em um estágio diferente do nosso, ás vezes melhor, ás vezes pior. Cometemos um grande desperdício de luz externa dessa forma, pois não temos como sobreviver de verdade sem ser iluminado pelos outros seres. Não deixa de ser uma forma de fortalecer a nossa própria luz. A cada vez que julgamos uma pessoa ou um grupo de pessoas, seja por sua aparência, suas atitudes ou suas características, deixamos de adquirir a nós mesmos uma grande e rica infinitude de aprendizados e experiências. Nossos olhos calejados naturalmente já não sabem fazer isso, mas devemos fazer o exercício de nos libertar até mesmo de nossos princípios se necessário para tirar esse proveito na vida. Tenho o privilégio de estar fazendo isso a mais ou menos quatro anos, quando conquistei amigos para sempre e aprendi a fortalecer a mim mesmo. Nunca mais deixei ninguém passar por minha vida sem deixar ao menos um pedacinho dela e levar um pedacinho de mim. E acredite, nada melhor que a sensação de poder se sociabilizar com todas as pessoas. Devemos sim ter nossa originalidade e nossas características, mas com a consciência de que elas mudam a todo o tempo e que nunca somos os mesmos seres sempre, e que portanto de nada adianta querermos nos preservar e nos fechar. Isso não representa corromper a nós mesmo, e sim dar liberdade à nossa vida, dar mais horizontes à nossas visão. Ao levar á luz a uma pessoa, estamos na verdade abrindo nosso interior para renovar a nossa. Grande parte dos males aos quais estamos sujeitos provém dos pré-julgamentos a que submetemos outras pessoas, ou então daquilo que deixamos de aprender com elas por acreditar que sabemos o bastante. Nunca devemos esquecer o que o grande Sócrates falou: "Tudo o que sei é que nada sei."

Para mudar essa nossa maneira de encarar as pessoas, há uma receita muito simples. Ame a todos, e desconsidere tudo o que ouvistes até aqui sobre o amor, pois ele não tem definição alguma. Esqueça os moldes que a televisão lhe impôs ou que sua família cultua, pois vivemos numa "família" muito maior, e devemos deixar sempre a casa arrumada.Aliás, não pense que está em uma ilha diferente e distante das outras pessoas, todos nós sem exceção estamos na mesma casa, porém em posições diferentes. Desenvolva sim as afinidades com as pessoas que mais lhe corresponderem, mas nunca deixe que somente essas façam parte de seu mundo. Não tenha medo de se ferir, pois as feridas também trazem muitas lições. Seja exemplo vivo disso, e mostre que instantaneamente podemos fazer do mundo um lugar melhor!

2 comentários:

  1. Sempre com um texto mais fantástico que o outro! Parabéns por conseguir traduzir em palavras tantas coisas que sentimos pairando sobre nossas vidas, mas nem sempre conseguimos exprimir.

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  2. Valeu pelo elogio, minha fiel leitora!!Missão cumprida, mais uma vez...
    bjs

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