Realmente, perdeu-se a noção de sentido de vida no mundo contemporâneo. Me entristece saber como a vida parece regressar cada vez mais em um mundo que nos destrói vorazmente por dentro e manipula nosso cérebro. De repente, o que mais vemos são pessoas mal-educadas, mal-amadas, mal-instruídas, sem sentimentos, sem emoções além das superficiais, e se corroendo cada vez mais em busca de dois objetivos maiores (e ridículos, diga-se de passagem): DINHEIRO E STATUS SOCIAL.
Talvez o status social seja a principal busca do ser humano, sempre foi. Não deixa de estar ligado com a sentimento de amar e de ser amado, até aí tudo bem. O problema é que o status está cada vez mais ligado aos bens materiais e ao dinheiro. Essa normalidade é o fator mais estressante, somos instruídos desde pequenos a buscar bens materiais, a "crescer na vida", e sermos ambiciosos e nos mostrarmos para todo mundo. Porém, o mundo está ficando psicopata, essa história está indo longe demais!Tenho a sorte de conviver e me comunicar com muitas pessoas no meu dia-a-dia, e é possível ter uma noção da realidade que vivemos.
No trabalho, rostos desanimados na segunda-feira e as velhas histórias de sempre, cada um tentando remendar seu fim de semana de modo que pareça um sonho aos ouvidos dos outros. As mulheres do escritório procuram exibir cada vez mais seus corpos e suas roupas novíssimas, e insistem em reclamar e falar mal de tudo e de todos. É bem verdade que as vezes não chegam a ter nem o comer em casa, mas fazem questão de manter essa pose. Na linha de produção, fala-se sobre bailes e sobre futebol, também com o intuito de competir quem está mais informado ou quem ficou com mais mulheres no fim de semana. E isso vale para ambos os sexos. Em um grupinho mais escondido, o assunto é SEXO, e aí os comentários são plenamente desnecessários.
Volto para casa, e minha família está aos berros, o que é muito normal. Enquanto o pai só se preocupa com o trabalho dele e chega em casa de mau-humor, a mãe fica em casa o dia todo, também de mau-humor. As crianças possuem regras ridículas, são criticadas verozmente e são deprimidas. Os problemas de alcoolismo e depressão sempre dominaram a casa.
Já na faculdade encontrei o maior número de pessoas que seguem a minha causa, que são malucos assumidos!!! Mas a grande maioria ainda nem se deu por conta de analizar o mundo que está á sua volta, mas são arrogantes e auto-suficientes em tudo. Falam muito e não ouvem ninguém, fazem críticas sem conhecer o assunto e são peças manipuladas da mídia.
Casos fora dessa rotina são inúmeros. Vejo relacionamentos aos montes começando um dia e terminando logo depois, sem criar qualquer raiz ou passar pelo crivo dos sentimentos, apenas para distração e para o exibicionismo idiota, fazendo dos seres humanos meros objetos. Nas festas, as pessoas gastam horrores para fingir que estão se divertindo e ainda por cima saírem de si e fazerem verdadeiros fiascos e incomodações. Tenho casos de pessoas que criaram uma vida de faz-de-conta, totalmente falsa e inversa daquilo que realmente vivem, a ponto de mentirem sobre sua profissão, seu local de trabalho e sua condição financeira, enfim, mentirem sobre toda a sua vida. Eu particularmente jamais me imagino fazendo isso! Dentro da minha família (de novo) existe os casos de "olho gordo" que renderam até brigas. É só qualquer um dos integrantes chegar com um novo carro ou uma nova namorada para os olhos voltarem-se para esse indivíduo. Erra quem tenta se exibir e quem se enciúma com tanat facilidade assim. Conheço pessoas que acreditam que estarão milionárias daqui dez anos, e que suas vidas mudarão para sempre, sem fazer nada de diferente pra chegar nese patamar...conheço casos de pessoas que largaram seus grandes amores em troca de uma carreira profissional ou então que deixaram de se apaixonar por achar que isso não seria bom para a imagem delas. Conheço crianças que nunca puderam brincar por que estavam presas a um cinto de insegurança invisível (meu caso!), e ficaram deprimidas e escravas de seus próprios sentimentos.
Bom, são tantos casos que nem mesmo com duas mãos eu conseguiria digitar tudo, mas o fato é que eu posso contar nos dedos quem realmente está na casa dos excluídos (sim, pois a sociedade exclui literalmente quem tenta ser "anormal"). É com esses que eu tenho maior facilidade de relacionamento, é com esses que me divirto e que me dão esperanças de que podemos fazer as coisas melhor do que da maneira como nos ensinaram. Mas uma coisa é certa: é preciso ser livre! Livre de todas essas aberrações do mundo moderno que nos prendem às maiores ilusões.Livre para ouvir Tears for Fears de madrugada sozinho na rua, de dar gargalhada e falar besteira no ônibus. para fazer papel de mulher ou de colono, de parecer ridículo a todo mundo, de escrever cartas de amor e de amizade a própiro punho, de pegar cães e gatos no colo, e falar sobre o tudo e o nada, de dar abraços sem qualquer razão, de fazer jantares em casa á luz de vela e conversar até que os lábios estejam amortecidos, de falar de amor e de amizade com desconhecidos, de fazer visitas inoportunas, enfim...e acredito que são esses os responsáveis pelo advento de uma nova era no futuro das relações.
No entanto, somos nós, os excluídos, os que mais sofrem diante do preconceito e da indiferença. Nos frsutamos com pessoas que não sabem valorizar o que temos nem enxergar o que realmente somos, temos nossos momentos de depressão e angustia por ver as coisas indo cada vez mais por água abaixo, mas a verdade é que devemos acima de tudo provocar a mudança que queremos ser. Acredito que devemos superar os limites - os sociais e aqueles que nós mesmo criamos - e viver de um modo diferente. Devemos buscar o amor e o bem, e sermos reconhecidos exatamente por isso, e além disso devemos provocar a mesma sensação de liberdade nas pessoas. Para isso, devemos assumir esse lado "idiota" e fazer com que ele prevaleça. Acima de tudo, é a consciência que deve ser considerada, e não a reputação.
Por fim, esses dias eu recebi um bombardeio de perguntas, tais como: você já namorou com duas garotas? Assistiu determinados filmes? Foi em determindados lugares? Fez determinadas coisas? Minha resposta foi negativa, seguida por uma conclusão de quem me indagava: VOCÊ É UM INFELIZ. Nisso, respondi: infeliz não, pois dou risadas por qualquer motivo, não carrego comigo sentimentos de inveja nem de peso na consciência, não dou razão total para minha aparência e não tenho medo de seguir na contramão do mundo. Tenho amigos verdadeiros em grande quantidade, faço verdadeiras loucuras e não canso de fazer tudo isso. Posso ser um grande IDIOTA, mas INFELIZ certamente eu não sou!!!A felicidade é algo abrangente demais para ser equiparada a um bem material ou a um status. Ela não é uma conquista e nem está diretamente ligada ao sucesso, mas sim ao nosso estado de espírito. Geralmente, a vivemos por acaso, sem perceber, mas certamente está ligada a uma opção de escolha! E eu escolhi ser um IDIOTA FELIZ!!
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ResponderExcluirQue chique, Daia!!Pra mim é uma honra...hehhehe
ResponderExcluirAté mais!!!
Muito bom e expressivo o texto primo ^^
ResponderExcluirSeguimos juntos e sem medo "na contramão do mundo"
Grande Abraço.
Quando eu ia imaginar que mais alguém pensava como eu e, mais que isso, se expressava tão bem, ser? Puxa, to impressionada com a qualidade do seu texto, bom pra carambaaaaaaaaaa... E eu também sou das suas, já devia imaginar, somos aqueles que não pertencem a esse mundo... Beijos!
ResponderExcluirPuxa vida!! Muito obrigado!!! E que bom saber que vc tbm não pertence a "esse mundo"! Seguimos juntos, cada vez mais fortes e numerosos!!
ResponderExcluirGrande texto Chico.
ResponderExcluirOlá Chico!
ResponderExcluirEncontrei seu texto enquanto procurava no google por um pouco de intensidade e certamente, encontrei. :) A força pessoal com um forte tom de revolta que utilizou para quebrar com "determinados" conceitos da sociedade faz com que eu o aprecie muito. Gostaria apenas de compartilhar um relato típico da filosofia, um grande amigo filósofo alemão conhecido como Friedrich Nietzsche. Este estudou para se tornar um, digamos, "clássico erudito" e em pouco tempo, revoltou-se contra os mais diversos conceitos fechados e começou então a fazer, como dizia, filosofia às marteladas. Como todos nó de outro mundo, sabemos que aqueles que revolucionam, sempre chamarão atenção e desta forma, tem uma grande possibilidade de serem excluídos da sociedade, principalmente pelo argumento social mídico de ser icompreensível. Essa é a grande questão que lhe proponho: Se você quer se comunicar com numerosos leitores ou simplesmente se expressar ao mundo, ciente de que para atingir determinadas pessoas é necessária uma linguagem mais sutil, pois imagino que suas palavras são forte de mais para algumas pessoas e que na minha opinião de vida, a felicidade é algo extremamente valioso, mas que não faz sentido adquiri-la sozinho. Por isso, lhe aconselho que dê uma segunda chance para as pessoas que considera superficiais, pois o que elas precisam para poderem se expressar o que ainda há de profundo nelas é de estímulo de um mestre, que pode ser você e sua metodologia, contanto que funcione é você quem cria. :D
Um grande abraço de sua mais nova fan Mariana e segue aí o link do meu blog que não atualizo há séculos..
uivos-urbanos.blogspot.com
Muito obrigado pela leitura, comentário e contribuição, Mariana, fico contente que tenha apreciado essa expressão de revolta acima.
ResponderExcluirO que comentastes é bem verdade, e uso bastante Nietzsche como exemplo. Embora tenhamos essa visão de mundo que supomos ser incomum e diferente dos demais seres humandos, não devemos nos limitar a dar marteladas...a um tempo atrás, mais precisamente quando escrevi esse post (que já é meio antiguinho) eu ainda preferia as marteladas. Hoje penso diferente. Minha intenção é sempre a de colaborar com a vida de todas as pessoas e canalizar minha revolta para provovar mudanças e buscar minha felicidade e a de quem estiver ao meu redor...e isso me faz bem!
Espero que continues frequentando meu blog, apesar de eu não o atualizar com tanta frequência. Estou seguindo o seu blog, que considerei muito bom tbm especialmente pelo modo de escrever!
GRANDE ABRAÇO